4 coisas que o Vale do Silício me ensinou…

Há cerca de um ano estive no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), com uma comitiva de empreendedores do ramo digital. Foi a realização de um sonho. O Vale do Silício é uma espécie de Meca digital, onde as principais empresas de tecnologia do planeta estão reunidas. Durante uma semana tivemos encontros com profissionais do board do Google, Facebook, SalesForce, Evernote, Plug&Play, Rocket Space, Apex…

Foi uma experiência extremamente enriquecedora. Dessa visita, consegui extrair alguns pontos essenciais do que essas empresas tem em comum e que devem ser referência para qualquer empreendedor que queira investir no digital, independentemente do seu porte.

A seguir, destaco aqueles que julgo serem os mais inspiradores para o seu negócio

1) Busca constante pela inovação: falando com os profissionais da maioria das empresas visitadas dá pra perceber que eles trabalham em dois universos paralelos. Um é aquele em que vivemos. O outro é aquele em que iremos viver. Eles não trabalham com tendências. Eles criam tendências com base em muita pesquisa e na projeção de comportamentos.

E por que fazem isso? Para aparecerem na mídia cheios de estilo, como os inventores do produto A ou B, como paladinos do futuro? Não, simplesmente por que é muito mais lucrativo.

Quando um produto ou serviço começa a ser promovido em massa (entre as fases de Crescimento e Maturidade), é sinal de que ele está em um estágio avançado, com muitos concorrentes, e quem quiser entrar na brincadeira vai ter que dispender uma boa grana em promoção, pois o market share já estará quase completamente consolidado.

Vale muito mais a pena criar um mercado ou ingressar nele em sua fase inicial, pois a concorrência é menor e haverá mais tempo para ganhar dinheiro antes dele entrar em declínio.

2) Trabalho constante: todas as empresas no Vale do Silício são lindas e modernas. O Facebook parece uma mistura de cidade cenográfica com parque de diversões (tem até uma sorveteria que serve a iguaria de graça). O Google lembra o campus de uma universidade, com gente jovem, andando de bicicleta de um lado para outro com seus notebooks nas mochilas. A maioria das empresas possui cafeterias, salas de jogos, áreas de descanso, academia, lavanderia…Na copa da Rocket Space há inclusive chopeiras à disposição dos funcionários :-O

Mas durante as visitas da comitiva, esses lugares destinados ao lazer, na maioria das vezes, estavam vazios ou ocupados por gente… trabalhando! Embora já soubesse disso há muito tempo, pude comprovar ao vivo e em cores que essa percepção generalizada que trabalhar em uma empresa com DNA digital baseia-se na diversão é uma grande cascata.

O jeito informal de trabalhar, sem a necessidade de trajes sociais, horários rígidos, etc faz parte dessa cultura sim. Mas a pressão por resultados é gigantesca. Ninguém está ali à passeio. Todos os funcionários sabem que a concorrência é grande. Gente qualificada do mundo inteiro manda currículo pro Facebook, pro Google, pra Salesforce…Portanto, quem vacilar perde o lugar e é substituído rapidamente.

Agora reflita comigo. Se as empresas mais modernas e lucrativas do mundo são formadas por pessoas que ralam pra caramba, com metas cada vez mais audaciosas para serem batidas, como alguém que não está muito a fim de trabalhar (aventureiros digitais) almeja ficar rico com a web?

3) Todas querem (e precisam) ser jovens: você já viu o vídeo We All Want To Be Young, um web documentário feito pela agência Box 1824? Não? Então veja http://vimeo.com/16641689 Se já viu veja de novo. São 10 minutos de puro deleite. Na essência o vídeo mostra que as revoluções culturais e sociais são sempre capitaneadas por jovens entre 18 e 24 anos.

O futuro está incubado nas referências e valores das pessoas nessa faixa etária e, a partir daí, tem-se desdobramentos nos aspectos econômicos, políticos, etc. Não é à toa que o quadro de funcionários das empresas do Vale do Silício é composto, na sua essência, por pessoas dessa faixa etária. Inovação é um trabalho indicado para cabeças desprovidas de paradigmas, rotinas, vícios.

Logicamente que se essa nova mentalidade contar com a mentoria de pessoas com mais experiência, melhor. Uma empresaprecisa ter uma mentalidade jovem, que entenda conceitos e princípios do mundo atual para estabelecer um diálogo mais produtivo com os novos consumidores.

Se você e seu(s) sócio(s) estão na faixa dos 40 anos e nunca tiveram muita intimidade com a área digital, vale, além de estudar bastante, ter alguém na equipe com a pegada da “geração milenium”. Certamente ele poderá contribuir com sugestões sobre as melhores formas de atingir o público-alvo.

Por outro lado, se você e seu(s) sócio(s) são muito jovens, vale a pena ter um mentor, ou seja, um profissional com mais tempo de estrada, que irá ajudá-los principalmente na parte de planejamento e administração do negócio.

4) Negócio único e em escala global: a Plug&Play Tech Center, um dos lugares visitados pela comitiva, é uma incubadora de negócios digitais (aliás, vale a pena conhecer o site deles e se inscrever para ficar por dentro das suas novidades. Regularmente eles realizam seminários, eventos, etc). Foi lá que um tal de Larry Page e seu amigo Sergei Brin encontraram guarida para transformar o Google de simples ferramenta tecnológica em um negócio bilionário. Para ter seu projeto incorporado pela incubadora, além de 20 mil dólares para investimento de três meses, é necessário atender duas condições básicas: 59

1) Seu negócio precisa ser único e 2) ter escalabilidade global. Ou seja: isso significa que copiar ideias de terceiros ou que não possam ser usados em larga escala raramente serão aceitos. Veja: não estou dizendo que para seu negócio ter sucesso ele precisa ser revolucionário e ter escala global. Ele pode muito bem obter êxito vendendo joias para uma cidade do interior do Brasil. O que estou colocando neste artigo são inspirações, que podem ser úteis na concretização do seu objetivo.

Artigo originalmente publicado no Portal Administradores

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